quarta-feira, 31 de março de 2010

Coletivo Monográfico





O ajuntamento artístico hoje nomeado “COLETIVO MONOGRÁFICO” é um subterfúgio para colaborações e práticas entre grupos, salões de arte e artistas, das mais distintas áreas de produção, no Estado, no país e em outros países. Pensado para ser um ponto de apoio para realização de ações coletivas e performáticas, hoje o C.M. pensa em ampliar suas redes de contato, e assim estar acessível à realização de trabalhos distintos a sua atual linha autoral, para que não o isolem de qualquer categoria e/ou produção artística.

O C.M. transpassa os comuns problemas de realização de obras de arte ao fazer uso da atual estrutura de comunicação, onde o proponente de uma idéia pode levá-la até qualquer ponto do globo e assim expandir suas possibilidades com proposições antes alheias ao seu conhecimento. Desse modo o artista coloca-se mais próximo de um ideal de realização contemporânea, no qual este artista poda realizar seu trabalho em lugares onde não possa estar fisicamente, exatamente por contar com essa rede de realização, onde também se poderá usufruir de uma contrapartida de igual valor.

Inicialmente formado pelos artistas - Horrana D’Kássia Santoz, Rodrigo Hipólito e Tete Rocha, o C.M. percebeu a urgência em se estabelecer diálogos com outros artistas e suas produções; que em uma rede expansiva de trabalho, pode expandir as possibilidades de artistas com dificuldade de realização de suas propostas em suas cidades e torná-los imediatamente em artistas internacionais, assim como seus trabalhos.

Assim, colaboradores, participantes, ajudantes, em todas as instâncias possíveis, formam o COLETIVO MONOGRAFICO, que por ideal não pretende ser vitrine de realização de poucos artistas, mas de todos que se assumirem “agregados” nessa experiência.

É interessante observar que a colaboração entre os entes do COLETIVO MONOGRÁFICO dava-se em certo grau já antes da verbalização dessa idéia/grupo e assim também aparenta caminhar com novos contatos, parcerias e interesses. Esse processo de interação possa ser talvez melhor explicitada quando se nota os demais grupos dos integrantes iniciais do CM.

Horrana de Kássia e Rodrigo Hipólito formam o DUOsantos, assim como Horrana de Kássia, Tete Rocha, Joanna Nolasco e Joani Caroline formam o Mimosas Pudicas (além da participação em diversos outros grupos, o que certamente não é uma exceção no atual cenário de arte e cultura). Quando surge uma proposta de obra que faz o diálogo entre Tete Rocha e Rodrigo Hipólito ocorre uma confluência. Nesse sentido é razoável dizer que “o coletivo monográfico contém/está–contido Mimosas Pudicas contém/está-contido DUOsantos...”.

O CM nada mais é que uma página da exemplificação do óbvio. O que poderia configura-se como grande ofensa torna-se demais elogioso quando compreende-se que esse óbvio encontra-se ainda em grande parte encoberto por vontades de compreender um obtuso inexistente (ou inacessível na prática). Uma rede abrangente de comunicação é citada em textos e obras há de quatro décadas na arte, porém pouco utilizada para facilitar sua produção e difusão e menos ainda compreendida como se apresenta (mesmo quando utilizada).

Não se trata de alguma estratégia de ação, seria por demais redundante. A estratégia já existe há muito e é a própria rede de interesses que forma o sistema de arte e talvez a comunicação como um todo na atualidade. Uma opinião, uma idéia, uma proposta, sempre será compartilhada por grupos que a possuam em seu campo de interesses. A qualidade de sua realização depende sempre da abrangência, suporte e acessibilidade dos interessados. Diante disso o CM não possui a vã pretensão de criar uma nova forma de interação, mas de atuar como facilitador na acessibilidade a campos de interesse dentro de sua abrangência. Ao agir dessa forma toda a idéia, proposta ou projeto possui maior chance de realizar-se e infinitas possibilidades de desdobramento (idéias ativas, mutáveis e epidêmicas).

É possível ainda visualizar a perspectivas de possibilidades com um exemplo bastante simples: jovens de um grupo de arte alemão realizam uma ação em seu país e em alguma rede de interesses esses registros atingem outro grupo de arte no Brasil. Nesse momento simples para o grupo brasileiro lançar a proposta ao grupo alemão de realizar sua proposta no Brasil (possibilidade a qual eles provavelmente ainda não havia cogitado) em nome do coletivo alemão e em contrapartida terem uma proposta sua realizada na Alemanha, em nome do coletivo brasileiro#.

O CM acredita que toda a idéia é realizável em seus níveis mais amplos.

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